Archive for abril 2013

Meu autoajuda: como conseguir um estágio

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Isadora Otoni

Nessa semana, fui a campo pesquisar sobre os processos seletivos de estágio para escrever uma reportagem temática que meu professor pediu. Acredito que poderia ter apurado melhor para realizar a matéria, mas algumas informações que eu descobri foram bem relevantes para entender os critérios de seleção de um candidato. Como a maioria dos leitores são meus amigos e estão na mesma fase que eu, é possível que o conteúdo seja pertinente para vocês. Se for ou não, me avise. 

Sei que a formação voltada para o mercado de trabalho é péssimo. Nós realmente precisamos focar mais nas atividades acadêmicas e se preocupar com o conhecimento. Além de que muitas empresas buscam estagiários para realizar uma atividade de um jornalista pela metade do preço. Também tenho nota de que o ingresso no estágio vem por efeito cascata, ou seja, se uma pessoa já está contratada, a outras começam a procurar uma vaga. Entretanto, como eu já faço um curso sem legitimidade e desvalorizado, preciso correr atrás do prejuízo para não passar fome. Infelizmente.

De qualquer maneira, aí vão algumas dicas e curiosidades para ir melhor na sua próxima entrevista:

Segundo Vera Jardim, do site O Fuxico, detalhes estéticos são levados em conta durante a seleção. A pessoa deve usar uma roupa discreta e limpa, e também precisa estar cheirosa, mas sem muito perfume. Pessoalmente, ela reprova candidatos com muitas tatuagens, piercings, alargadores e cabelo exótico demais. Vera também não gosta de entrevistados prolixos, que se gabam de seus conhecimentos e se acham fantásticos. Perguntar quanto vai ganhar e quais os direitos que tem logo de cara também desclassifica o estudante. Ademais, não é bom ligar e mandar muitos e-mails questionando o resultado do processo.

Olhar no olho, se expressar bem e ser firme são alguns comportamentos imprescindíveis em sua entrevista. Como complemento da seleção, o O Fuxico faz um teste de conhecimento. Vera deu algumas dicas para garantir o estágio: "Estudar, principalmente o português, ler muito sobre tudo, treinar escrever, ser humilde, natural e sincero nas entrevistas."

Já Gustavo Anacleto, da Payleven, acha que o aspirante ao estágio deve vender seu peixe. Em uma feedback pessoal que o recrutador me concedeu, ele disse que não conseguiu enxergar a escritora desse blog durante a entrevista [sim, não consegui o trampo ): ]. Para ele, devemos falar sobre os desafios da faculdade, os projetos que realizamos e também, em casos específicos, sobre como é morar sozinho ou mudar de cidade. Entretanto, Gustavo disse que conhecimentos técnicos, como Corel Draw ou Adobe Photoshop, são bem importantes.

Em uma análise dos processos seletivos, Rosa Decina disse que para cada empresa e vaga é necessário um perfil diferente de estagiário. Ela trabalha há 20 anos com Recursos Humanos e contou que precisamos entender o que a vaga quer de nós. Para trabalhar atrás do computador, eles recrutam pessoas mais quietas, mas se for para um cargo que utilize a comunicação verbal, o candidato deve se descrever com precisão. Mas tudo sem eloquência e com domínio da língua portuguesa, que são boas atitudes genéricas. Outro conselho dado por Rosa é, em uma dinâmica de grupo, demonstrar liderança e trabalho em equipe.

Afinal, para conseguir um estágio tudo que precisamos ser é, basicamente, o Chuck Norris. Não conheço uma só pessoa que domine bem o português, tenha liderança, trabalhe em equipe, saiba usar Corel Draw e Photoshop, consiga se descrever com precisão, não tenha muitas tatuagens, piercings, alargadores ou cabelos exóticos, estude muito, leia muito, seja firme, humilde, natural, conciso, sincero, e, por fim, que saiba qual é o perfil que a empresa e a vaga esperam de você. Porém, continuemos a nadar.

"Essa cidade é um tesão"

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Cris Duarte se denomina "Diretor de Arte Urbano". Não é para menos: ele pedala por São Paulo com uma câmera integrada à sua bicicleta mostrando a arte na cidade. Seu projeto é dividido em três episódios. No primeiro, Cris sai da Vila Madalena e vai a galeria Romero Britto conferir uma exposição. O que ele tem a ver com esse post?

Em certo momento do vídeo, o publicitário afirma que "essa cidade [São Paulo] é um tesão. Essa cidade tem de tudo. Todas as tribos, todas as raças. Você encontra cultura em cada canto da cidade. A arte está até no caos." A partir disso, quebrei meu bloqueio criativo e resolvi fazer um guia para os turistas, os paulistas novatos e os veteranos desligados. Mas eu não sou flâneur o suficiente. Por isso, meu guia é de guias onlines, sites para você pode colocar nos favoritos e visitar quando tiver sem ideias para um bate perna.


Rolet 20Conto
Essa é para você sair com a galera sem voltar para casa falido. Pode ser que você não encontre a melhor comida do mundo, mas vai sair de barriga cheia por um preço honesto (até 20 reais). O guia foi criado por estudantes da minha faculdade (Cásper Líbero), e, apesar da linguagem z0adA, os caras podem realmente salvar o rolê! Confiram o blog e a página no facebook.

Catraca Livre
Todos amam o Catraca Livre. O site deveria ganhar uma medalha de utilidade pública (isso não deve existir) por divulgar cultura acessível por aí. Além das publicações sobre os mais diversos projetos, eles divulgam a melhor agenda da semana de São Paulo e do Rio de Janeiro. Por exemplo, hoje tem show no Studio SP de graça! Aí sim! Segue o site de sampa.

MADMAG
A MADMAG nasceu como revista impressa. Hoje eles são uma e-magazine abastecida com eventos de cultura, música, moda e baladas. Um detalhe bem legal é que eles adoram aumentar sua equipe de fotógrafos. Você não ganha nada de início, mas já pode fazer um portfólio. Enfim, dá uma passada por quando estiver sem programação.
B.Coolt
A B.Coolt é uma revista online semanal com dicas culturais de entretenimento. O guia é uma alternativa para quem não tem nem dinheiro e nem paciência para assinar o Guia da Folha e o Divirta-se, afinal, você teria que fechar um pacote de toneladas de folhas. A grande diferença é que você terá dicas mais selecionadas, ou seja, atrações mais descoladas. Cadastre-se aqui.

São Paulo para Iniciantes
O site já conta com mais de 10 mil likes no Facebook. E, se você fizer uma breve pesquisa, vai perceber que a maioria dos seguidores não são iniciantes na cidade. Isso porque as dicas do blog são verdadeiras descobertas. Por exemplo, do lado da minha casa tem o melhor restaurante coreano do mundo, o bbq, e eu só fui descobrir isso quando li no São Paulo para Iniciantes.



Culturalmente confuso
O grupo no Facebook não é só legal para saber o que fazer no fim de semana. Lá, você tem a liberdade de divulgar o seu evento e de, quem sabe, arrumar uma companhia para o show daquela banda que só você conhece. Com mais de sete mil membros, o Culturalmente confuso abrange os mais diversos programas, sem restrição de local ou preço. É claro que São Paulo comanda, como sempre. Mas não rola preconceito com a galera de Jacutinga. Entra no grupo.

Ps: amanhã rola a lista oficial dos artistas da Virada Cultural 2013, que acontecerá nos dias 18 e 19 de maio. 

Isadora Otoni
(assinei em baixo para não estragar o banner, rs)

Você é rico de tempo?

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Isadora Otoni

Ontem, durante uma aula da faculdade, minha amiga me disse: "Estamos todos fodidos."


Mesmo que a frase não precisasse de explicações (porque todo mundo se sente um fodido em algum ponto da vida), gostei dos motivos que ela me deu para pensar assim. Nós temos 24 horas no dia. Dormimos 7 horas, no mínimo. Saímos de casa às 7h30 para estudar e voltamos às 19h00 do trabalho, o que tira 12 horas e meia do nosso dia. Sobram 4 horas e meia livres. Acredito que seja essa a rotina da maioria de vocês.

Mas seriam livres as horas gastas com compras no supermercado, banhos, médicos, trocas de roupas, trabalhos para faculdade, leituras obrigatórias, tarefas domésticas, transporte, contas para pagar, e outras coisas que não podemos deixar de fazer? Seriam livres as horas gastas com exercícios físicos, cabeleireiro, leitura de noticiários, dentistas, dar banho no seu cachorro, e outras atividades aparentemente opcionais? Eu não sinto liberdade nesses momentos.

Sinceramente, se você tem apenas dois dias da sua semana para dormir o quanto quiser, comer onde quiser e fazer o que quiser na hora que bem entender, você não é melhor que eu. Afinal, dois dias da semana não é nem 30% do seu tempo de vida. Isso não é vantagem nenhuma. A partir de hoje, o tempo livre é o meu quesito para decidir se alguém tem uma vida pior ou melhor que a minha. Só seremos ricos ou pobres de tempo.

E me diz, quem é o felizardo que consegue viver a vida com 15 horas livres por dia? Esse sujeito não é real mas é o sonho de vida de todo mundo. E ainda falam que sonhar é poder! Então somos todos uns fodidos, que será escravizado pelas atividades chatas do dia. E não adianta dizer que trabalha para poder ser livre um dia, porque quando você se aposentar será escravizado pelo cansaço, pela velhice e pelo bingo no lar de idosos.