Carnahell

Isadora Couto

Enquanto uma parte de vocês estão enchendo a cara nesse carnaval e a outra está enchendo a timeline do Facebook de reclamações, eu decidi fazer um balanço geral de todos os carnavais (que eu lembro) da minha vida. Vocês podem não estar nem aí para ela, mas eu quero escrever ainda assim. Afinal, do que adianta ter um blog se não for para postar coisas que eu goste?

Quando pequena, uns 5 anos, minha mãe costumava a me levar ao carnaval de rua da minha cidade, no interior de Goiás. Eu e minhas irmãs mais velhas usávamos fantasias e encontrávamos nossos amigos da escola por lá. Tinha muito confete, serpentina e espuma. Meus pais tinham uma barraca que vendia bebidas e mini-pizzas na loja que a gente tinha na avenida, e era só atravessar para ir fazer um tererê no cabelo em outra barraca. Era demais! Era meu segundo evento favorito do ano, só perdia para a Exposição Agropecuária porque lá não tinha vários brinquedos radicais (e enferrujados). 




Essa foi minha diversão carnavalesca até os meus 10 anos. Porque foi quando o carnaval da cidade começou a ficar famoso, cheio de micareteiros vindos das capitais do Brasil e do estado. A avenida não era mais um lugar seguro para crianças. Minha irmã mais velha acampava em um retiro religioso meio louco, onde os adolescentes cantavam a música da pipoca e balbuciavam língua dos anjos, enquanto a minha irmã mais velha estava curtindo um axé tosco na avenida. Eu não queria e nem podia frequentar nenhuma das opções. Então eu xingava muito no Orkut.

Com 15 anos, uma época em que minha relação com minha família era péssima, eu saí para encarar o carnaval novo da minha cidade pela primeira vez. Foi horrível, como estava destinado a ser. E a culpa nem foi da música! A fofoca é um grande problema de cidades pequenas, e onde eu nasci não era diferente. No outro dia, acordei com os gritos da minha mãe porque ela tinha ouvido fofocas sobre meu péssimo comportamento na festa. Então, por causa da sua atitude exagerada e da minha reação ressentida, fui expulsa da casa dela (eu já não morava lá mesmo). Meio que de brincadeira, né? Tipo, uns meses depois ela estava me convidando para passar as férias lá!


Carnaval da minha cidade

Eu não faço a mínima ideia de como foi meu carnaval com 16 anos. Mas com 17, eu estava totalmente sozinha em São Paulo. Tinha acabado de me mudar e não conhecia ninguém que pudesse sair comigo. Aliás, saí com uma menina que eu só conhecia na internet, e nem era minha amiga nessa época. Fui para a Rua Augusta, mas foi um saco porque eu nem podia sentar no bar sendo menor de idade. Saí depois com uma amiga da faculdade que eu também não era muito próxima. Esse ano está sendo completamente diferente. Eu já sofri de claustrofobia em um bloco de rua na Vila Madalena, já saí com vários amigos para uma balada (que também é na Rua Augusta), e estou digitando da minha casa que está asquerosa por causa de uma "confraternização" que teve aqui ontem/hoje de madrugada.

Eu não tenho o que reclamar do Carnaval. É ótimo não fazer nada por 5 dias seguidos. E como qualquer outra época do ano, ela pode ser boa ou um desastre. É só continuar tentando que você vai se encaixar em algum programa carnavalesco. Ou fica aí na internet, assista umas séries, leia alguns livros, vai pintar o sete.


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2 Responses to “Carnahell”

  1. "Saí depois com uma amiga da faculdade que eu também não era muito próxima."
    Fala que foi comigo, vai... hahahahahha

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