Selvagemente insosso

Isadora Couto




Não precisaria nem terminar de ler Selvagens para publicar minha opinião. O enredo é bem atrativo: dois amigos resolvem traficar a maconha mais bem cultivada da Califórnia e compartilham a mesma parceira sexual, Ophelia, que é sequestrada pelo maior cartel mexicano. Legal, né? Só que não. O autor consegue deixar o livro sem sal e sem açúcar.

Sabe aquela velha desculpa de que o filme é ruim mas o livro é ótimo? Não se aplica aqui. A obra literária só sai ganhando porque Don Winslow consegue dar uma historinha legal para cada personagem (historinha porque são bem superficiais). Faltou drama e realidade. Você só se sente atraído lá nas últimas páginas, que são carregadas de violência.

Ponto positivo para a personagem O., que é representada por Blake Lively nas telonas. Ela é bem além de qualquer pessoa que você conheça, e um tanto desejável. O bônus é que ela aguenta dupla penetração. Logo, percebe-se, não é um livro para todos os públicos. E a única coisa que justifica o nome da obra são as aventuras dos três protagonistas: violência, sexo e uma boa mistura de cannabis sativa e indica.

Quer uma dica? Pule para a página 276 e leia o "capítulo" 271. O texto é uma boa crítica à cultura americana, apesar de ser, como todo o livro, bem rasa. Quer outra dica? Não espere muita coisa da escrita de Winslow. Aliás, não espere nada. Melhor você ler sem expectativas e se surpreender do que ter uma bela decepção, como eu tive.



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