Nathália Giordano
Já passou o dia internacional das mulheres, mas ainda tem coisa entalada na minha garganta. Já ganhamos flores e parabéns, talvez agora seja a hora de refletir. Já recebemos mimos e chocolates, acho que é hora de mudar alguns costumes. Já fomos elogiadas e ressaltaram nossa fragilidade, será que não tá na hora de pensar em tantos direitos que ainda precisamos conquistar?
O fim da
picada foi ler esse textinho:
"Feliz dia do “não tenho roupa”. Feliz dia do “ele não é fotogênico, mas juro que pessoalmente é bonitinho”. Feliz dia do “segunda eu começo uma dieta”. Feliz dia do “não tô com ciúmes, vai lá com sua amiguinha vai”. Feliz dia do “amiga chego aí em cinco minutos”. Feliz dia do “tô quase pronta”. Feliz dia do “vamos ao banheiro amiga?”. Feliz dia do “então tá, não digo mais nada”. Feliz Dia da Mulher pra todas nós, mulheres maravilhosas."
Como se obviamente o
problema da mulher fosse não ter roupa para sair ou a falta de beleza fotogênica no
ficante. É claro também que nossa qualidade mais especial é ir para o banheiro
com a amiga! Oh, céus! Queridas amigas, não compartilhem esse pecado em forma de
texto! Deixa eu contar um segredo para vocês: a cada cinco minutos uma mulher
é agredida no Brasil. Tem mãe morrendo dentro de casa. Tem filha que apanha por
escolher uma saia acima do joelho. O salário da mulher continua sempre menor. Não temos
liberdade sexual... Que tal exigir conscientização e respeito em vez de
incentivar a distribuição barata de flores? Queria pedir a ajuda de vocês,
quero que meu filho não pergunte com quantos a namorada dele já foi para cama. Quero que ele respeite as escolhas de sua mulher. Quero que ele não use sua
força física. Quero também que o salário dele seja condizente com sua
capacidade e que não passe na frente de sua colega apenas por ter bolas entre
as pernas. Quero que ele saiba passar uma camisa e que faça junto com sua mulher
os serviços de casa. E acima de tudo, quero que meu filho não seja diferente de
seus amigos…