Terça a noite, na minha timeline, um compartilhamento chamou minha atenção: "Estamos no ar! Acesse: speakr.fm". Acessei, e adorei a plataforma, que permite o compartilhamento do que o site chama de "playlists sociais". Adorei mais ainda quando descobri que o seu desenvolvedor era Luís Eduardo Brito, estudante de Engenharia de Computação na UNICAMP, de apenas 19 anos.
Luís conta que deu início ao projeto quando"estava desenvolvendo um algoritmo que criava playlists baseadas no gosto musical de cada um" e então percebeu que tinha algo promissor em mãos. Segundo o fundador do player "o grande diferencial é que ele realmente entende os gostos de alguém". Através do login pelo Facebook, a plataforma analisa cada artista curtido, levando em conta o gênero musical e os artistas parecidos para criar playlists exclusivas para o usuário.
O desenvolvedor do site conta com a sociedade de seus amigos Carolina Stein e de Vitor Siqueira. Por estar em fase BETA, algumas de suas funcionalidades ainda não estão disponíveis ou apresentando alguns bugs (erros). Entretanto, eles já possuem algumas parcerias, uma delas é com o Grito Rock Goiânia, disponibilizando o line-up completo do evento.
Por ter mudado de cidade 6 vezes, uma coisa que já me fez
gastar muito dinheiro foi a mobília de casa. O pior é que não posso falar que
com isso aprendi a como montar melhor a decoração. Sempre procurava pelo mais
barato e mais prático, e quando todos os eletrodomésticos e móveis estavam
juntos, eu observava o desastre decorativo. Onde é que eu errava?
Depois de praticamente lotar meu apertamento em São Paulo com
móveis, aprendi a lição: pesquisar e planejar. Por isso selecionei esse
apanhado de móveis, eletrodomésticos e peças decorativas que me gustam, para vocês (que estão saindo agora
da casa da mamãe) se inspirarem e planejarem a sua decoração melhor que eu.
É um bairro de São Paulo pertinho de Pinheiros, o acesso é
mega fácil pelo metro da linha verde e é onde fica meu aconchego nessa cidade
tão grande.
A Vila tem milhares de coisas legais que não cabem só em um
post, mas pra começar saiba um pouquinho da história desse bairro cool. Ele
nasceu com uma turma de estudantes que não tinham muita grana e foram morar
perto da USP, há boatos de que foram esses jovens que sugeriram o nome incrível
das ruas: Harmonia, Girassol, Purpurina, entre outras. A ideia era dar uns
nomes poéticos e sair um pouco da tradição de homenagear autoridades políticas.
Centro Cultural Rio Verde
A Vila é cheia de ateliês imperdíveis,
lojinhas cheias de coisas diferentes e legais. Têm também escolas de música e
teatro, bom pra quem não é de São Paulo e ainda tá procurando se encaixar, como o Quintal de
Criação – que treina linguagem da improvisação – e o belíssimo Espaço Mágico
com o especial diretor João Lorenzon.
Não dá pra esquecer da famosa Livraria da Vila que
foi inaugurada em 1985 e hoje tem mais de 22 mil títulos diferentes e é palco de
exposições e lançamentos de livros em noites de autógrafos.
Fora a livraria, pra quem gosta de apreciar cultura, o Centro Cultural
Rio Verde deve ser visitado. Um espaço de experimentação artística, cheio de
shows divertidos com músicas diferentes, exposições incríveis cheio de novos
talentos.
E, também, indico a Sala Crisantempo pra todos os gostos culturais, apreciar e
participar é a missão. Um lugar de apresentação e educação de dança, música e
teatro. Repleto de oficinas e palestras indicadas para todas as pessoas, leigas
ou até mesmo experts.
Mercearia São Pedro
Agora é a hora, bares e festas é o que mais têm, dos mais requintados até o mais roots possível. O meio termo é o Genésio, têm pizzas e massas feitas em casa, mas a melhor pedida é o chopp gelado e polenta com molho de tomate, ambiente descontraído e cheio de fotos antigas. O Astor é uma boa opção, o problema é a fila de espera que tem de segunda a segunda, mas se der para esperar eles fazem valer a pena com drinks incríveis e comida muito boa, principalmente a empada de camarão. E se você não quer gastar dinheiro e não se importa de ficar de pé, vá direto para a Mercearia São Pedro, é um bar que reúne gente legal e sem frescura. É descorado com pôster de filmes cults e lá dentro têm DVDs e livros para comprar.
Astor
Sala Crisantempo - Rua Fidalga, 521
Centro Cultural Rio Verde - Rua Belmiro Braga, 119 Livraria da Vila - Rua Fradique Coutinho, 915
Bar Genésio - Rua Fidalga, 265 Bar Astor - Rua Delfina, 163 Mercearia São Pedro - Rua Rodésia, 34
Era uma vez, uma pequena menina chamada Ana, ela não era uma garota comum, seu melhor amigo era o mar. Todos os dias bem cedo Ana acordava e corria para o mar que a esperava desde então. Eram inseparáveis. Bonecas, bolas e crianças não mais encantavam a bela Ana. Sereias, peixes e águas não mais interessavam ao mar. Foi quando num dia ensolarado, a menina seguiu sua rotina, correndo para o mar como fazia há muito tempo, mas não se deu conta da paixão que havia nascido entre eles. O mar, sem intenção de machucar Ana, com todo seu amor a puxou para o fundo de suas águas. A pequena apaixonada não percebeu que estava se afogando. Quando desmaiou, o mar assustado devolveu Ana inconsciente para as areias da praia. O sol se foi e Ana não tinha forças para voltar para sua casa, seus pais a encontraram deitada e nervosos a proibiram de ver o mar. Desde então o mar criou a maré cheia para encontrar quem sabe um dia a janela de sua amada, que todas as noites derrama lágrimas salgadas, pequenas partes do seu grande amor.
Hoje fiz uma entrevista de estágio em que pediram para os
candidatos lerem e discutirem uma matéria sobre o que Vargas Llosa (Nobel de
Literatura) pensa da cultura de hoje. Após ler aspas como “Podem dizer que a
cultura se democratizou, que deixou de ser elitista, mas é um processo que gera
conformismo” , “Nas artes, a palhaçada chegou a termos grotescos, a ponto de
museus importantes pagarem centenas de milhões por um tubarão no formol” e “Com
o desaparecimento de uma certa cultura, degrada-se o erotismo. Estamos nos
animalizando” só tive vontade de dizer uma coisa: Vargas Llosa, seu hipócrita,
utopista, conservador e VIRJÃO!
Certo, é um exagero da minha parte. Nunca li uma obra dele
(lerei agora depois dessa), e ele pode ser um gênio da literatura mesmo. E
justamente por isso, ele vende muito, e não por menos de 30 reais. Tá reclamando
da mercantilização da cultura, mas tá aí lucrando horrores. Afinal, o que ele
quer dizer com isso? Quer dizer que a cultura não pode ser inserida em
contextos mais desfavorecidos ou que a única coisa que deve ser distribuída por
aí são textos da Clarice Lispector?
Mas então, como diz o jornalista na matéria, a cultura é que precisa de formol? Isso me lembra do discurso de Monteiro Lobato criticando as
obras de Anita Malfatti, que comparava suas obras modernistas a “furúnculos da
cultura excessiva”. É claro que Lobato não entendeu a estética do modernismo,
assim como o escritor não entende o tubarão no formol (nem eu). Entretanto, sei que a arte é livre e deve
continuar assim, custe o que custar.
E por fim, declaração nenhuma é mais conservadora do que
idealizar o sexo. Nós somos animais mesmo, nós exalamos libido, queremos dar e
comer, na lata. Existem muitos sexos, e não é porque você quer deslizar os
dedos para sentir a pele macia de sua amada antes de tirar suavemente sua roupa
que devemos ignorar o “quero gozar” e ponto.
Não, não estamos comendo sobremesa com seu tio engraçadinho.
Estamos falando sobre artistas que recriaram a gastronomia como bem lhe
entenderam. Segue então uma seleção de trabalhos artísticos para vocês degustarem. E como dizem, devemos trabalhar com o que a gente gosta. Tem quem
não goste de comer?
Kit de barras de cereais
Bobbi Brown, fundadora da linha de cosméticos Bobbi Brown
Cosmetics, tem pós-graduação em maquiagem teatral, mas a sua mais nova invenção
não parece fazer lógica com sua carreira. Aliás, só a mesma preocupação com o
corpo. Bobbi assina a “Eat Pretty Powerful Cube”, uma caixa com barras de
cereais dos seus sabores favoritos.
Cozinha sem fogão
O restaurante Lapin Kulta Solar Kitchen, que também é uma
instalação artística, funciona com energia solar e discos de alumínio, ao invés
de um fogão. Mas mesmo que não faça sol, a cozinha ainda funciona: saladas e
sashimis serão servidos. O projeto é idealizado pela cabeça criativa, o
ex-designer Martí Guixé, e pela cabeça gastronômica, Antto Melasniemi.
Designer de sushi
A produtora de nori (a alga que enrola o sushi) Umino
Seaweed lançou uma linha de algas desenhadas com laser, a Design Nori, em
parceria com a agência de publicidade I&S BBDO. Os produtos foram
desenvolvidos para ajudar a empresa de nori a se reestabelecer após o tsunami
no Japão em 2011.
Aceita uma bolsa de amoras?
Nunca a moda e a gastronomia estiveram envolvidas em um
sentido tão literal. O trabalho A Matter of Taste, do fotógrafo italiano Fulvio
Bonavia, mistura peças da indumentária com peças da culinária. A obra não é funcional
para nenhum dos lados, só para a arte. Ou você usaria um belo par de berinjelas
nos pés?
Que receita maravilhosa!
O I Could Kill For Dessert é o blog com as receitas mais bonitas da internet. A Danielle Noce, autora do site, cozinha sobremesas com um pé na criatividade. Aliás, a perna. Também, Danielle tem formação em Moda, Fotografia e Teatro, o que justifica toda a delicadeza. A autora escreve também para a Gloss e possui um canal no youtube.
Um tempinho atrás, fiz um trabalho de história sobre o papel
da mulher. Meu grupo era bapho e o tema mais ainda. A apresentação foi chocante
para parte da sala e eu até hoje me pergunto o porquê.
Mulherada queimando o sutiã
Tudo começou quando falei sobre a revolução sexual, aquele
momento lindo que surgiu junto com a pílula anticoncepcional, o sexo passou a
ter mais do que uma finalidade e se tornou uma fonte de prazer. A moral
burguesa e a Igreja pregavam, continuam pregando, que o sexo é somente para a
reprodução e que o prazer é para MULHER de vida fácil. Hum, entendemos... mas e
o homem? Por que ele pode sentir prazer?
Agora, em 2013, cada mulher carrega nas costas um passado
triste. Nossas antepassadas foram domesticadas desde pequenas a desempenhar o
papel de esposa, nunca foi permitido que essas meninas conhecessem o seu corpo
e quando mulheres não puderam escolher os seus parceiros e nem satisfazer suas
vontades sexuais (ou naquela época, qualquer outra vontade).
Estou lendo “Gabriela, Cravo e Canela” e o livro retrata
muito bem essa época, os homens corriam para o Bataclan todas as noites e as
mulheres nada podiam dizer. Afinal , quando o homem trai, a culpa é da mulher. E
quando uma delas resolvia sair da linha era morte na certa. Outra passagem marcante do
livro é quando uma jovem dá um jeito de fingir ser virgem para que o marido
estendesse o lençol com sangue na janela, comprovando a dignidade da esposa. Esse
passado real deixou nossa sociedade cheia de marcas machistas e amenizá-las é
nossa obrigação.
É engraçado escrever esse texto e dizer “nossas antepassadas”, se até hoje a realidade não é tão bela. Existem sociedades que ainda mutilam o clitóris
das meninas, fazendo com que elas nunca sintam prazer, e assim, se tornem mulheres dignas.
Essa mutilação trás consequências gravíssimas como choque cardíaco, hemorragias
e inúmeras complicações emocionais.
Em outras proporções, aqui no Brasil também sofremos com essa
realidade. O tabu ainda é grande, a questão não é buscar o prazer a qualquer
custo, mas sim ter a liberdade de escolha. Por exemplo, a exigência da
camisinha, escolher se deseja ou não e como deseja. E, principalmente, ter a
chance de conhecer o próprio corpo.
O preâmbulo da carta da ONU estabelece como um dos objetivos
centrais a igualdade dos direitos entre homens e mulheres. Igualar salários,
proteger as mulheres da violência, entre outros. Em nenhum momento trata-se da
questão da liberdade que a mulher deve ter sobre o seu próprio corpo.
Parece exagero meu, né? Mas, é um assunto importante, se não formos devidamente respeitadas como mulheres, o machismo se alastra. Aí, torna-se um problema longe de soluções simples. Como as epidemias de estupro na África, Índia e outros países. Os homens se sentem no direito de fazer o que bem entenderem, o corpo da mulher passa a ser propriedade deles.
Rape-aXe, uma camisinha feminina anti estupro que tem dentes internos. Prende no pênis do estuprador e só sai com ajuda médica. O agressor sente uma imensa dor e mal consegue andar. Aí, do hospital vai pra cadeia.
Então, é bom pensar 18 vezes antes de dizer: “prendasuacabraque meu cabrito estásolto”. Moça, se você
diz isso, você machista e gerações futuras sofrerão com sua ignorância.
No trabalho eu pesquisei um pouco sobre a diva Leila Diniz
que veio ao mundo para quebrar tudo e matar esse machismo. A atriz teve um
filho com um homem que não era o seu marido, isso na década de 1960, época em que arepressãodominava oBrasil.
Para quem nasceu na década de 90, assim como nós, é como se fosse a avó de
vocês. Imaginem na época de suas avós ter um filho sem ser casada e ainda
aparecer na praia de biquíni com o barrigão de fora. Sente em sua cadeira,
Leila ainda disse numa entrevista: “Transo de manhã, de
tarde e de noite”. Foi uma mulher a frente do seu tempo e quebrou inúmeras convenções
e nos ajudou a conquistar vários direitos. Ela falava e vivia os seus
discursos, não era só conversinha. Simplesmente não estava nem aí pra opinião
alheia.
Leila em "Todas as Mulheres do Mundo" - Domigos de Oliveira
"Sem
discurso nem requerimento, Leila Diniz soltou as mulheres de vinte anos presas
ao -tronco de uma especial escravidão."
- CarlosDrummond de Andrade
Estou na fase
de entrevistas para estágio e definitivamente essa é a parte que mais odeio.
Nesse momento minha cabeça gira, pula e tenta inventar algum motivo que
convença o meu futuro chefe de que escolhi a profissão certa, pelas razões
certas. E eu nunca acho a resposta. Já disse: “Ah, o jornalismo me escolheu...
sabe como é!”. E ainda: “A informação tem caráter transformador e é uma ferramenta
para que eu mude o mundo para melhor”. Como foram muitas entrevistas e nenhuma
dava certo, fui mudando o método: “Jornalismo foi minha opção por perceber que
tinha uma curiosidade insaciável sobre o mundo e tudo ao seu redor”. Ainda não
consegui o estágio.
Inconformada,
contei ao meu pai. Disse que eu não tinha certeza dos motivos e nem mesmo se
estava no lugar certo. A resposta é que será útil para todos que vivem esse
dilema. “Mas filha, nem eu tenho certeza. Talvez seja esse o segredo, viver
para descobrir”.
Somos jovens,
podemos voltar atrás, mudar de ideia e de gostos. Nada é definitivo, escolham
sem angustias. Podemos ir e vir infinitas vezes, mas o segredo para aumentar
chance de acertar é olhar para si e se perguntar qual seria a profissão que
vocês optariam se o dinheiro não existisse. Depois, tente não ir muito longe dessa
resposta.
Ps: aí vocês
facilitam a vida de quem quer medicina por dom e não por grana.
Hoje é o pior dia da vida de muitos amigos e familiares das
245 vítimas do incêndio. Vítimas que eram jovens e universitárias, com sonhos e
angústias, como a gente. Quando me deparei com a notícia, estava preparando o
post que estrearia o blog na noite de hoje. Mas faria sentido dar início a uma
página dedicada a jovens leitores quando tantos deles perderam sua vida de uma
forma tão assustadora? Sem ao menos tocar no assunto? Não fez sentido pra mim.
Ainda mais quando percebi que eu poderia ser uma dessas 245 pessoas, em uma
boate qualquer, em uma apresentação qualquer.
Mesmo que o blog ainda inicie hoje, que os assuntos
continuam sendo alheios à mortalidade, queremos prestar nossa sensibilidade diante
a tragédia. Aliás, diante ao assassinato, que tem nome e sobrenome: despreparo
e imprudência. Que essa lição seja entendida para que o dinheiro nunca mais se
sobreponha a vidas. Um alvará não é só um papel, e as medidas de segurança não são simbólicas. Não queremos ser as próximas vítimas.
Crise de identidade, crise de criatividade, crise dos 20. Além de toda crise que está acontecendo no mundo afora. Tudo fica muito complexo quando a gente não tem mais um guia. Mesmo assim, nós queremos fazer parte disso tudo e problematizar ainda mais. Só é chato perceber que a velha mídia fica cada vez mais velha. Que tal esse espaço digital onde a gente pode se encontrar?